domingo, 21 de dezembro de 2008

Um domingo em Guimarães

.
Alguns anos atrás, quando eu ainda era uma colegial (hahaha), lembro-me de ter visto pela primeira vez, durante uma aula sobre a formação das nações européias, uma foto do Castelo de Guimarães na apostila de história. Lembro como se fosse ontem de ter pensado que um dia conheceria o tal castelo. Por isso, logo que soube que viria estudar em Braga, que fica a apenas 20 km de Guimarães, fiz planos de visitar o castelo e passear pelos mesmos jardins em que a Nina e o Daniel, personagens da novela Como Uma Onda, encontraram-se pela primeira vez. Acreditava que Guimarães seria a primeira cidade que conheceria aqui em Portugal, depois de Braga logicamente. No entanto, os dias foram passando, outros planos foram surgindo e, 3 meses e 11 dias após a minha chegada a Portugal, eu ainda não tinha conhecido o castelo que queria tanto ver de perto!

Mas hoje meu desejo foi realizado! Finalmente, juntamos um grupo de retardatários (é, nem todos... alguns já conheciam Guimarães!) e fomos até a cidade vizinha! O dia estava lindo, o céu super azul e o sol fazendo a sua parte – brilhando e, mais importante, aquecendo!
Pra melhorar, a estradinha que leva até lá não poderia ser mais charmosa. Nas suas muitas curvas, contornamos pequenos montes nos quais pudemos ver casinhas e igrejas das freguesias de Braga e de Guimarães que ficam pelo caminho. Uma graça!

Acompanhando a foto da apostila que despertou o meu interesse por conhecer o Castelo de Guimarães, uma legenda dizia que a construção e a cidade eram considerados o berço da nação portuguesa. Isso porque foi lá que nasceu e foi criado D. Afonso Henriques, o homem que, ao duplicar o território que seu pai havia lhe deixado e conquistar a independência portuguesa em relação ao Reino de Leão, tornou-se o primeiro rei de Portugal. Acho que justamente porque me lembrei da legenda da foto é que foi ainda mais interessante chegar ao centro da cidade e encontrar o seguinte letreiro: “Aqui nasceu Portugal”.


Depois de passear pelo centro da cidade - muito parecido com o de Braga já que também é repleto de construções antigas e ruazinhas estreitas - e subir algumas ladeiras, finalmente chegamos ao castelo, mas tivemos que esperar um pouco até a hora da abertura dos portões. Foi engraçado quando um senhor com o cabelo bem branquinho chegou com uma chave gigante (e medieval!) e abriu o portão. Aliás, medieval foi a palavra do dia! Mas isso já é outra história... Hahaha
Enquanto entrava no castelo, mais uma vez me lembrei do quanto eu queria estar ali e me "agarrei" àquele momento pra curtir cada segundo e não me esquecer de nada que passasse lá. E realmente me diverti muito, tanto subindo e descendo as escadas do castelo quanto apreciando a bela vista da cidade que se tem da sua torre... Agora, algumas fotos pra vocês:
Entrando no castelo...
.

Laís, Sara, eu, Mari e Mateus
Eu tô ali, gente! Pequenininha, mas tô! .E ali também! .
Uma história engraçada dessa visita foi a dificuldade que tive pra tirar uma foto com o Afonso. Quer dizer, com a estátua do D. Afonso Henriques que fica em frente ao castelo. Ele merece mais respeito, né? Mas é que depois de tanto tempo ali perto dele já estava me sentindo a vontade pra chamá-lo só de Afonso. Hahahaha
Mas vamos a história: logo que me aproximei da estátua para tirar a foto, um senhor que estava um pouco a minha frente começou a tirar fotos de uma senhora com uma criança ao lado da estátua, impedindo que eu tirasse a minha. Tiraram fotos de todos os ângulos possíveis... Primeiro do lado esquerdo da estátua, em pé e sentados; em seguida do lado direito, em pé e sentados; depois na frente da estátua, em pé e... O menininho já estava ficando irritado, e eu acabei tirando uma foto mesmo assim... só que deles!
Quando finalmente os três foram embora e eu me posicionei para sair na foto, eis que surgem, do nada e em bicicletas, cerca de 20 pessoas vestidas de papai noel (ou de pai natal como diriam aqui) e param em frente a estátua (e na minha frente também!) pra tirar uma foto. Comecei a rir sem parar e um deles me disse em tom de brincadeira: “Não digas que estamos a estragar-te a foto!” ao que outro completou, também em tom de gozação: “Pois! Não estamos a estorvar-te, pois não?” Hahahaha
E da forma como vieram foram embora, num estalar de dedos! Só então, pude tirar a minha foto com o Afonso! O mais legal de tudo é que a história ficou registrada numa sequência de fotos que está postada aí embaixo:

Um rolo de filme de 36 poses para uma estátua só!

Hãn!?
Mais?
"Não estamos a estorvar-te, pois não?"
"Quase nada... Imagina! Hahaha"
E não é que eles conseguiram a foto deles antes de mim?
Lá se foram os pais natais!
Enfim, a foto!!! Ah, a estátua foi um presente dado pelo governo brasileiro em 1940!
.
Melhor parar por aqui que este post já virou um artigo! Hahaha
Desejo a todos UM NATAL MUITO FELIZ e UMA ÓTIMA PASSAGEM DE ANO!
Nos vemos aqui de novo em 2009! Prometo trazer novidades!
.
Beijão,
.
E os "ois" deste post são para:
Bruna
Camila
Raquel
Thalita
Saudade, meninas!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

"E então é natal!"

.
"Bate o sino pequenino, sino de Belém... Já nasceu o Deus menino para o nosso bem!"
.
Mesmo sabendo que o quê eu deveria fazer é estudar um pouco antes de dormir, não resisti à vontade de vir aqui escrever um post de natal! Isso porque acabei de voltar da ceia de natal daqui da residência universitária e fui tomada pelo "espírito natalino"!
A ceia foi bastante divertida e contou, para além do bacalhau, da rabanada e do bolo rei, com as apresentações de uma tuna e de uma bateria.
Parentêses para explicar o quê é uma tuna: É um conjunto musical geralmente formado por estudantes do ensino superior. Quase todas as universidades do país possuem as suas tunas (uma feminina e outra masculina). Os integrantes do grupo vestem os trajes académicos portugueses (que merecem, aliás, um post a parte... qualquer dia escrevo sobre eles!) e tocam um repertório bastante variado. Entre os principais instrumentos tocados estão o cavaquinho e o bandolim.
A tuna que se apresentou aqui hoje foi a masculina da Universidade dos Açores. Já a bateria que se apresentou foi a Bomboémia da Universidade do Minho mesmo, que era muito parecida com as baterias de faculdade que eu conheço do Brasil. É, tá bom, talvez ela estivesse um pouquinho mais ensaiada, mas a diferença era pouca! Hahaha
Vejam fotos da ceia (e um vídeo da tuna também!) logo abaixo:
.
Tuna masculina da Universidade dos Açores
.
O vídeo da apresentação da tuna

Prato principal: bacalhau com natas, batata frita e brócolis

A bateria Bomboémia


E neste post de natal não poderia deixar de dizer que tô sentido falta de participar dos preparativos aí e que sem dúvida nenhuma vou sentir ainda mais falta da família reunida nos dias 24 e 25.
Mas toda a experiência aqui tem sido tão boa, repleta de aprendizado e diversão, que eu não tenho do quê reclamar. E Braga está simplesmente deslumbrante com a decoração natalina, muito bonita mesmo! Dêem uma "vista d'olhos" (hahaha) nas fotos abaixo.




Saudade gigante! (Esse negócio tá ficando repetitivo… hahaha)
Beijos e FELIZ NATAL!

E os “ois” deste post vão para:
Vó Beatriz
Vô Raimundo
Vô Abel
Meus primos, todos os 35!
Dá pra entender o porquê não escrevo nome por nome, né?
“Natal na casa do Vô e da Vó, que delícia!” já diz a plaquinha na casa da Vó Biá… Pena que eu vou perder! Mas para os primos que terão esta oportunidade: aproveitem!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Dicionário

.
Hãn?!? As palavras e expressões diferentes em Portugal e no Brasil sempre rendem assunto... E aqui não poderia faltar um dicionariozinho de Português de Portugal - Português do Brasil, né? Então lá vai:
.

Autocarro = Ônibus
Boleia = Carona
Camisinha = Camisola
Camisola = Camiseta, camisa
Casa de banho = Banheiro
Comboio = Trem
Ecrã = Tela
Fixe = Legal
Frigorífico = Geladeira
Gelado = Sorvete
Giro(a) = Bonito(a)
Golo = Gol
Gralhas = Erros, falhas
Guarda-redes = Goleiro
Miúdos = Crianças
Palhinha = Canudo
Paragem = Ponto de ônibus
Pastel = Doce
Portátil = Notebook
Sanita = Vaso sanitário
Sumo = Suco
Talho = Açougue
Telemóvel = Celular
Tosta mista = Misto quente
Venda a Retalho = Venda no varejo
Venda por Grosso = Venda no atacado
.
A foto do cartaz eu copiei do álbum de um amigo meu. Ela foi tirada no dia em que as seleções de Portugal e da Albânia enfrentaram-se pelas eliminatórias da Copa aqui em Braga. Nós, brasileiros loucos por futebol que somos, fomos prestigiar, claro! Além do mais, vocês acham que eu perderia a chance de ver o Cristiano Ronaldo de pertinho? Hahaha
Logo abaixo, mais fotos do confronto! Infelizmente, o jogo terminou empatado em 0 x 0 e nós não pudemos gritar GOLO uma vez sequer…
.
Saudade sempre!
Beijos,

.
.
Mari e eu na entrada do estádio: animadíssimas pra torcer por PURR-TU-GALL!

Momento dos Hinos: "Às armas, às armas!"

Começa o jogo...

Cristiano Ronaldo, o queridinho da nação

Fim de jogo


“Ois” deste post para:
Gêmea

Ricardo
Pagano

Vocês não têm idéia da falta que me fazem!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Portugal é imenso!

.
Um país tão pequenininho e ao mesmo tempo com tantas coisas para se ver… Portugal é assim! A diversidade de paisagens é incrível, uma agradável surpresa, bem como a diversidade de experiências que se pode ter aqui: Portugal oferece destinos para quem procura história, arte, cultura, boa comida, aventura e muito mais!
Neste post vou colocar fotos de um pouco do quê há para ver na terrinha. Vou precisar voltar aqui muitas vezes ainda pra conseguir ver tudo! Alguém me acompanha nas próximas viagens? Hahahaha

.
Saudade!
Beijos,
.
Primeiro, um mapinha pra todo mundo se localizar...

Açores - Lagoa das Sete Cidades, Ilha de São Miguel .
Porto - Ribeira do Porto.
Guimarães - Castelo de Guimarães, berço da nação portuguesa

Serra da Estrela.
Monsanto - Aldeia histórica na região da Beira
.
Sintra
.
Sagres - Freguesia de Vila do Bispo na região do Algarve.


“Ois” do post para:
Tia Letícia
Tia Regina

Pessoas que estão sempre lembrando de mim (e das quais também me lembro sempre!), mesmo eu estando tão longe!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

"Um homem precisa viajar"

.
Vou dividir aqui com vocês um texto que simplesmente adoro. E que tem tudo a ver com o espírito do blog também! É um excerto do livro “Mar Sem Fim” do Amyr Klink.
.
"... Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver."
.
Vejam o vídeo com texto. Nele, o Amyr lê um trecho maior do livro e aparecem cenas de uma de suas viagens.

.
Beijos,

“Ois” para:
Mari
Laís
Márcia
Gabi

Amigas que tem “conhecido o frio para desfrutar o calor” comigo!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Trilha sonora

.
Minha vida tem uma trilha sonora. Para praticamente todos os momentos que vivi existem músicas às quais minha mente os associa.
Entre as canções que me farão reviver o tempo que estou passando aqui estão duas (os links dos videoclipes estão logo abaixo... Não consegui postá-los aqui direto!): “I‘m yours” do Jason Mraz e “Love song” da Sara Bareilles, que não saem do “repeat” do meu som já há algum tempo. Aliás, estes dois cantores foram descobertas que amei ter feito. Já tinha ouvido músicas deles no Brasil, mas foi aqui que, de fato, os descobri… Pra mostrar que esta temporada tem sido mesmo de muitos “descobrimentos”…
.

Saudade bem grandona de todo mundo!
Beijos,

“Ois” neste post para:
Mamãe
Papai
Eduardo
Luis

Sintam-se abraçados bem forte!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Tejo e a mais bela! Hahaha

.

Pra acompanhar a foto em que eu admiro o rio Tejo, um pouquinho de literatura portuguesa...

O Tejo é mais belo

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.

O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.”

Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Descobrimentos



Oi pessoal! Sejam todos muito bem-vindos ao meu blog! Ele foi criado especialmente para registrar alguns momentos da minha viagem à terrinha. Não prometo um super diário da viagem, já que pretendo curtir mais do que registrar qualquer coisa, mas prometo colocar algumas fotos e notícias de vez em quando! Hahahaha... Espero que vocês se divirtam ao lê-lo.
Beijos,

Sobre as fotos deste post:
Elas foram todas tiradas no Monumento aos Descobrimentos em Lisboa (também chamado de Padrão dos Descobrimentos).
O monumento:
O monumento tem o formato de uma caravela, com o escudo de Portugal dos lados e a espada da Casa Real de Avis (dinastia joanina) a entrada. Em duas filas, uma de cada lado, encontram-se 30 estátuas de heróis portugueses ligados aos descobrimentos, entre eles, o Infante Dom Henrique, Camões, Pedro Álvares Cabral, Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Fernão de Magalhães etc.
O monumento original foi encomendado para a Exposição Mundo Português (1940) e desmontado em 1958. O atual é uma réplica do anterior, possui 52 metros de altura e foi inaugurado em 1960 em comemoração ao V centenário da morte do Infante Dom Henrique, o Navegador.
Ao norte do Padrão dos Descobrimentos encontra-se uma rosa-dos-ventos de 50 metros de diâmetro desenhada no chão em vários tipos de mármore. No centro do desenho há um mapa que mostra as principais rotas dos descobridores portugueses nos séculos XV e XVI. A rosa-dos-ventos foi um presente da África do Sul em 1960.
Comentários:
O monumento é mesmo grandioso e exalta a coragem do povo português durante as Navegações. Enquanto eu o admirava, fiquei me perguntando o que esperavam aqueles homens que deixavam suas vidas em Portugal e se aventuravam pelos mares rumo ao desconhecido. Me peguei pensando também se seria possível que houvesse antepassados meus naquelas caravelas. Muito embora eu saiba que nunca conhecerei a resposta a essa pergunta, achei o máximo imaginar que sim e que algum Santos, Simões, Gomes, Rodrigues, Melo, Nunes, Almeida, Alves ou seja lá qual fosse o sobrenome desse meu ancestral, teve a coragem de deixar tudo aqui e ir para o Brasil antes mesmo de saber que o Brasil existia!
Um fato curioso é que, durante a nossa visita ao Padrão dos Descobrimentos, havia uns homens tocando uns instrumentos bastante diferentes - infelizmente não sei dizer quais são! - e a música que eles faziam tinha tudo a ver com o lugar e com as minhas reflexões, já que transmitia a mesma sensação de grandiosidade e coragem que o monumento. Pra vocês terem uma idéia, se eu fosse fazer um filme sobre os navegadores portugueses, eu usaria aquela música para a cena das caravelas deixando Portugal!